Terapias Holísticas, Espiritualidade, Formação e Desenvolvimento Humano
Pirâmide Espiritual Terapias
DALILA MONTEIRO

Constelação Sistémica Familiar
Como funciona
A Constelação familiar em si é um método psicoterapêutico amplamente utilizado, criado pelo alemão Bert Hellinger.
A constelação pode ser individual ou em grupo. Na constelação em grupo, pessoas são escolhidas para representar o cliente, familiares ou aspetos a olhar.
Na constelação individual, em vez de pessoas, as âncoras são bonecos.
A abordagem sistêmica fenomenológica permite que o cliente perceba o campo mórfico (baseado na Teoria dos campos morfogenéticos de Rupert Sheldrake), revelando sensações, informações, dinâmicas ocultas e / ou inconscientes. Isso possibilita processos para reestabelecer ordem e equilíbrio na vida do cliente, na sua relação com seu sistema familiar atual, antepassados e com o Todo.
Os vínculos de amor que ligam filhos aos pais, irmãos entre si, outros antepassados, (entre outros imensos aspetos) podem levar uma criança a tomar para si histórias que não lhe pertencem, repetir inconscientemente histórias e padrões de comportamento, etc.
Através deste trabalho são reveladas as desordens no sistema familiar e seus reflexos na saúde física, energética e comportamental da criança (adulto), trazendo a consciência que possibilita a mudanças.
Todos os temas que são trabalhados com o cliente durante a consulta, é privado e toda a informação é sigilosa, uma vez que também não há participantes externos.
Constelações e as crianças
1. O amor que sabe
A ideia de que devem e podem assumir algo pelos pais ou ancestrais faz parte do pano de fundo que causa dificuldades aos filhos. Isso leva a problemas intermináveis para eles. E de certa forma também para os pais. Para entendermos isso é necessário que saibamos algo sobre a diferença entre as diversas consciências.
2. A boa e a má consciência
Nós sentimos a nossa consciência como boa e má consciência, como inocência e culpa. Muitos pensam que isso teria a ver com o bom e o mau. Contudo, não é assim. Isso tem a ver com o vínculo à família e com a separação dela. Cada um de nós sabe, intuitivamente, com a ajuda de sua consciência, o que deve fazer para fazer parte dela. Uma criança sabe, intuitivamente, o que deve fazer para pertencer à família. Caso se comportar de maneira correspondente ela tem uma boa consciência. Uma boa consciência significa então: eu sinto que tenho o direito de pertencer.
Se uma criança se desvia disso ou se nós nos desviamos disso, temos medo de perder o pertencimento. Sentimos esse medo como uma má consciência. Uma má consciência significa, portanto: tenho medo de ter colocado em jogo o meu direito de pertencer.
Sentimos a boa e a má consciência de formas diferentes em diferentes grupos. Até as sentimos de forma diferente, conforme cada pessoa. Por isso temos, por exemplo, em relação ao pai uma consciência diferente da que temos em relação à mãe e na profissão uma outra consciência diferente da que temos em casa. Portanto, a consciência muda continuamente porque temos de grupo a grupo e de pessoa a pessoa uma outra perceção, pois de grupo a grupo e de pessoa a pessoa o que devemos fazer ou deixar de fazer é algo diferente, para podermos pertencer.
Com a ajuda da consciência também diferenciamos aqueles que nos pertencem daqueles que não nos pertencem. Na medida em que a consciência nos vincula à nossa família, ela nos separa de outros grupos ou pessoas e exige de nós que nos separemos deles. Por isso, devido à nossa consciência temos frequentemente sentimentos de rejeição e até de inimizade em relação a outras pessoas e a outros grupos. Essa rejeição tem a ver com a necessidade do pertencimento e tem pouco ou quase nada a ver com o bom e o mau. Portanto, essa consciência é uma consciência que sentimos. Com a ajuda dessa consciência, diferenciamos entre o bom e o mau, mas sempre apenas em relação a um determinado grupo.
3. O emaranhamento
Contudo, existe ainda uma outra consciência oculta, uma consciência arcaica, uma consciência coletiva. Essa consciência segue outras leis diferentes daquelas ditadas pela consciência que sentimos. É a consciência do grupo. Essa consciência vela para que numa família todos se submetam a determinadas ordens que são importantes para a sua sobrevivência e união.
Em primeiro lugar, o que faz parte dessas ordens, é que cada um que pertence tem o mesmo direito de pertencer. Contudo, sob a influência da consciência que sentimos, algumas vezes excluímos algumas pessoas da família. Por exemplo, aqueles que pensamos que são maus, também aqueles dos quais temos medo. Nós os excluímos porque pensamos que sejam perigosos para nós. Contudo, através dessa outra consciência oculta, aquilo que fazemos de boa consciência, seguindo a consciência que sentimos, será condenado. Pois esta outra consciência não tolera que alguém seja excluído. Entretanto, se isso acontecer, alguém será posteriormente condenado, sob a influência dessa consciência oculta, a imitar e representar um excluído em sua vida, sem que tenha consciência disso. Denomino essa ligação inconsciente com uma pessoa excluída de “emaranhamento”.
Por isso, podemos entender que muitos filhos, os quais pensamos que estão se comportando de forma estranha ou estariam em perigo de se suicidar, ou se tornam drogaditos ou não importa o que seja, estão conectados com uma pessoa excluída. Estão emaranhados com essa pessoa. Por isso só podemos ajudá-los se eles e outras pessoas na família tiverem em seu campo de visão essa pessoa excluída, colocando-a novamente na família e no próprio coração. Depois disso, os filhos estarão liberados do emaranhamento.
Para ajudar esse tipo de filhos, outros membros familiares que até então ignoraram essas pessoas precisam finalmente olhar para elas. E aqueles com os quais estavam zangadas ou rejeitaram precisam se dedicar a elas com amor e acolhê-las novamente na família. Esse é o pano de fundo para muitas dificuldades que as crianças têm, e também a preocupação que algumas vezes seus pais têm por elas.
4. O amor cego
Contudo, existe para essa consciência oculta ainda uma outra lei. Essa lei também traz dificuldades às crianças. Essa lei exige que aqueles que pertenceram antes à família, tenham precedência em relação àqueles que vieram mais tarde. Portanto, existe entre os membros anteriores e os posteriores uma hierarquia. Essa hierarquia precisa ser obedecida. Contudo, muitas crianças tomam a liberdade de assumir algo pelos pais para ajudá-los. Com isso transgridem a hierarquia. Então a criança diz para a mãe ou para o pai, sob a influência dessa consciência, frases internas, tais como: ”Eu assumo isso por ti.” “Eu expio por ti.” “Vou adoecer no teu lugar.” “Vou morrer no teu lugar.” Tudo isso acontece por amor, mas por um amor cego. Esse amor cego leva às drogas ou ao perigo de vida e comportamentos agressivos. Entretanto, estes tipos de comportamento e esses perigos têm a ver com a tentativa de assumir algo pelos pais. Essa ordem é violada e ferida dessa forma.
5. A ordem
Quando ficamos sabendo dessa ordem, podemos restabelecê-la novamente. Isso significa, por exemplo: os pais assumem as consequências do seu próprio comportamento, do seu próprio emaranhamento e carregam-nos sozinhos. Então, a criança estará livre. Ela não precisa assumir nada daquilo que é da alçada dos outros.
Contudo, a transgressão da ordem de origem é castigada duramente por essa consciência oculta. Toda criança que tenta assumir algo pelos pais ou por outros que vieram antes dela, fracassa. Nenhuma tentativa de assumir algo pelos pais tem sucesso. Está sempre fadada ao fracasso e, na verdade, para todos os envolvidos. Nós precisamos saber disso. Por isso, ajudamos as crianças a se soltarem dessa intromissão. Ao invés de olhar para as crianças, olhamos primeiro para os pais e deixamos que eles mesmos resolvam os problemas. Se os pais resolverem isso, os filhos se sentem livres. Eles ficam novamente tranquilos e se sentem acolhidos. Portanto, estas são duas leis básicas que devemos ter no nosso campo de visão e estar em acordo interno quando se quer ajudar crianças difíceis.
Bert Hellinger
Contraindicações das constelações
A técnica não é indicada a pessoas que estejam a atravessar um momento de depressão intensa, estejam emocionalmente frágeis ou comprometidas cognitivamente, pois esta abordagem toca em sentimentos muitos profundos e, para muita gente, difíceis de lidar.
Pessoas com quadros psicopatológicos, que estejam em crise psiquiátrica ou em pré-crise, vítimas de traumas profundos, e pessoas sob efeito de álcool e drogas também não devem fazer.
As crianças podem participar se tiverem autorização dos pais e se assim desejarem, mas Bert Hellinger sugeria que tivessem mais de 8 anos de idade, faixa etária em que a compreensão de alguns fatos já é melhor.
As grávidas em situação de risco e gestações no primeiro ou no terceiro trimestre não devem constelar, sob o risco, de aborto ou parto prematuro.
Uma explicação do que é uma Constelação Sistémica Familiar
O ser humano não é só carne, nem pensamento. Aliás, todo ele é energia como a cadeira onde tu te sentas ou o ar que respiras. Ele é herança do que a tua mãe e o teu pai são, metade de ti é feita dessa herança física e de traços psicológicos do teu pai e da tua mãe. Logo, se uma das tuas metades corresponde aos teus pais, então lembra-te que também os teus pais tem metade da herança genética dos pais deles, que marca também os traços deles como pessoas. E por aí fora. Então, todos somos uma extensão dos nossos antepassados. E como a família é a unidade de uma sociedade, então todos também somos uma extensão social de tudo aquilo que viveram os nossos antepassados, socialmente. Isto cria um pensamento coletivo, na maioria das vezes inconsciente (senão sempre). E é isso que vamos procurar trazer à nossa consciência, sobretudo a parte que corresponde a que cabe a cada um de nós trabalhar interiormente e curar. Isto não tem nada de misticismo, ou de vidas passadas tuas, enquanto reencarnação.
Dalila Monteiro
Constelação Familiar
On-line
Como funciona a constelação familiar on-line?
- A consulta é feita através de uma chamada de vídeo utilizando o ZOOM, uma ferramenta simples que permite uma comunicação estável.
As explicações necessárias serão dadas previamente a quem não estiver familiarizado com esta plataforma digital.
Se possível, recomendamos que o cliente use uma tela maior, como a de um computador ou tablet, para uma melhor visualização da constelação.
- Na primeira parte da sessão conversaremos brevemente sobre o tema que quer trabalhar.
- Na segunda parte da sessão o cliente assistirá à sua constelação e participará ativamente do trabalho, conforme orientações dadas pela facilitadora. Durante a constelação, o cliente verá no ecrã:
1 – a facilitadora usar um tabuleiro com bonecos em miniatura que podem representar, por exemplo, pessoas como membros da família ou do trabalho; elementos como prosperidade, saúde, medo, etc... Eles representam pessoas ou elementos colocados como bonecos no tabuleiro (âncoras).
2- Cada representante acede ao campo da constelação e o cliente fará os movimentos e descreverá as perceções, revelando sensações, informações, dinâmicas ocultas e / ou inconscientes, assim como acontece na constelação presencial.
3 – os movimentos feitos serão reproduzidos através do posicionamento dos bonecos no tabuleiro da facilitadora, dando ao cliente a visão do conjunto, assim como acontece na constelação presencial.
4 – as intervenções da facilitadora, os diálogos sistêmicos entre os representantes, vão potencializar curas mesmo estando à distância, promover mudanças de padrão e outros processos internos do cliente, tal como na constelação presencial.
A sessão a distância dura 1 hora e meia.
O que é a constelação familiar?
A constelação familiar é uma prática considerada terapêutica que procura resolver conflitos familiares que atravessam gerações.
Num primeiro olhar, a técnica tem conteúdos semelhantes aos do psicodrama, devido à dramatização de situações, e da psicoterapia breve, pela ação rápida.
A dinâmica pode ser feita em grupo ou individualmente.
Durante a sessão são recriadas cenas que envolvam os sentimentos e sensações que o constelado sente sobre sua família.
Nas sessões em grupo, são os voluntários e participantes que vivem essas cenas.
Já nas sessões individuais são usados bonecos como "âncoras".
A constelação familiar é apenas uma abordagem terapêutica complementar e não substitui qualquer outro tipo de tratamento.